Ainda estou para aqui a pensar o que será que a Sagres tem na manga com aquele anúncio que circula com as meninas da novela... "No dia 6, com qual das duas é que quer jantar?"
O problema é que aquilo até parece um anúncio a um bom vinho (a fonte bem proporcionada, serifada clássica, aqueles Q's... quase que apostava na Trajan)... mas aposto que vai descambar num anúncio a cerveja preta e malte normal... (para além das diferenças do tom de pele, também elas estão vestidas de preto e branco...)

aceitam-se ideias... mas em princípio no final da semana revelam a segunda parte da campanha...

A VIDA COMO AQUÁRIO

Amici - vão ver o The Life Aquatic, do Wes Anderson. O homem está no seu melhor. Mesmo, mesmo.
Pontos a favor: Argumento. Diálogos. Sequenciação de planos. Direcção de actores. Actores. Fotografia. Componente Gráfica. Música. Quantidade indescritível e mirabolante de pormenores em todos os minutos do filme, ao ponto de levar à loucura (mas uma boa loucura).
Pontos contra: Só visto. Descrito, perde a piada. Não sei se é estigma da cultura imagética actual. Mas é interessante essa incapacidade de transmissão neste caso em particular.

Ps. Falando ontem com o Pedro, ele chamou-me a atenção para um facto engraçado: as nossas eleições foram realmente competitivas - não por serem uma mera disputa do poder, mas por serem uma competição pelo título de político mais sexy português. Ficámos a saber, pois claro, que o povo prefere aquele tipo de homem calado mas cujo olhar impõe respeito - assim o sexy discreto. Não que eu ache que o Sócrates imponha assim muito, especialmente de ter ouvido o seu discurso na rádio ontem de manhã. Achei-lhe a voz, sem a imagem (que normalmente compõe o quadro de contido mas seguro de si), especialmente arrogante. O carácter mefistofélico do nosso primo começa a ganhar a melhor? Veremos...
Ps2. Aprendi uma palavra nova ontem. Sufistémica. Será que a escrevi bem?

Fiquei parva quando no outro dia (re)vi o "Império do Sol". O filme é simplesmente soberbo. Os pormenores de realização, montagem, diálogos, planos, direcção de actores... o spielberg tem ali a escola toda.
E o ben stiller.. magro... e com os dentes podres?

O cinema não tem só esta maravilha da descoberta contínua pela sua replicação e continuação. Mas é talvez a que mais deslumbra o apreciador.

APANHADO DE ALGUMAS SITUAÇÕES

ou como ser palerma é uma coisa boa

1.
Fui recentemente uma frequentadora assídua do fantas. tendo como único propósito a minha diversão, nunca pensei que tais inventivas maneiras de passar o tempo fossem alguma vez originadoras de algo mais do que gastar dinheiro em sessões de cinema, com dores de cabeça subsequentes.
Ora não é o meu espanto quando, do nada, caio em mim e penso: isto aqui está cheia de realizadores, produtores, críticos de cinema... enfim, a nata da nata. Foi só às duas da manhã, quando de repente chega o Mário Dorminsky à nossa mesa, que eu comecei a pensar que secalhar estava um bocado deslocada.
Mas quando ele começou a criticar a Inês Nadais e a Kati (sim, a nossa querida), vieram-me as lágrimas aos olhos, e, entre a vista turva e o coração transbordante de alegria pensei "afinal, não somos só nós. há uma razão para continuar!".

2.
Adiante. Na minha modesta opinião, o "Nothing", que ganhou o Fantas, não foi do melhor que lá se viu. Não sei se o facto de não ter gostado do filme se prende de algum modo com o facto de ao meu lado durante toda a projecção ter estado sentado um jovem rapaz obeso e que cheirava mal. O que sei, é que de facto não achei piada ao conceito do filme, e especialmente, não achei piada a um dos actores ser histérico, o que me fez ter mais dores de cabeça do que momentos em que podia rir.

3.
De facto, o melhor que eu vi por lá foi: "Primer" (embora algumas pessoas me dissessem que ele estava a gozar com o público, assumindo-o como burro) - excepcionalmente bem filmado, com um desenho de planos espectacular, bem realizado, cheio de ritmo. Espectacular.
Depois, sem dúvida alguma, Bollywood, Bollywood, Bollywood. Delírio total com "Chori Chori Chupke Chupke" e "Parichay". Anseio por mais filmes indianos no Porto!
Quanto ao "Old Boy" - vamos a ver agora, no Passos Manuel. O "Sword in the Moon", outro coreano, foi bom mas com um final mauzito. Mas muito característico do género. Interessante.

4.
No outro dia reencontrei o Lola. Já não o via há um ano e tal, e ele chamou-me "bloguista". Também me disse que o João Bonifácio (do Público) nos rotulou de "Palermas". Não consigo pensar em razões para ficar mais feliz.

5.
Desculpem o tom fragmentado, mas estou numa aula sobre ética no design. Volto outro dia para falar do Santiago (filho da Fernanda Serrano e do Pedro Miguel Ramos).

PS.
A coisa melhor do Fantas foi conhecer gente espectacular. Como o Filipe Melo. I'll see you in my dreams, yeah!