2004/10/25

aqui está uma ideia explosiva:
melhor que o conteúdo deste blog, segundo muitos nos dizem, é o seu título.
por isso mesmo, decidimos fazer uma imagenzinha, com o próprio do título, que pomos aqui à vossa disposição para que possam, alegremente, estampá-la em tshirts, canecas, porta-chaves, tapetes de rato, bonés, pins, cachecóis, e com alguma sorte, bandeiras que ponham nas janelas bem pertinho das vossas bandeiras nacionais.
é necessário espalhar o ódio a esta mulher! ou pelo menos o grito anti-kati!!

agora, usem bem esta preciosidade! (para um formato acessível, escolhemos o PDF: guardem na vossa máquina e distribuam pelos amigos!)
Alguns apontamentos estéticos às semanas que têm passado:

- Santana Lopes e o seu je-ne-sais-quoi de pai de família.
Sei que já passou uma data de tempo desde a famigerada comunicação ao povo português em resposta ao infrutífero (por agora) escândalo Marcelo, mas de facto todo aquele aparato em que ele surgiu parece-me digno de nota. Em primeiro lugar, todo o cenário, escrutinado e analisado por muitos, desde o horrível quadro no fundo (que em minha opinião, embora lembrasse levemente uma auréola, neutralizava por demais a cara do primeiro no tom geral bege da cena), às fotografiazinhas vistas apenas por possuidores de ecrãs de plasma LG com 50 cm de alto, às bandeiras que mal se viam, aos papéizinhos que voavam das mãos do querido santana, me pareceu errado. Mas errado à séria, do género de errado que só se faz no 10º ano do curso de Audiovisuais da António Arroio/Soares dos Reis, errado em tudo o que era básico.
O tom creme da cena foi o fim. Então e o contraste, senhores, senão com a carinha do primo pelo menos com a monotonia do seu discurso? Um fundozinho assim dourado, azul, laranja, com cortinas, tudo menos aquele quadro medonho, aquelas luzes brancas a lembrar casa de banho de discoteca, aquela secretária de um castanho neutro... Que tal as bandeiras mais para o meio da composição, um plano levemente contra-picado... não? Uma secretáriazinha mais escura? Enfim.
Depois, toda a atitude do senhor. Insegurança, um olhar que não deixava de olhar para o lado para o consultor, em vez de transmitir confiança aos espectadores olhando em frente, as mãozinhas que não paravam, os erros contínuos que quebravam as frases e também o seu poder e intenção, as folhinhas que passavam de mão em mão (então e o teleponto senhores? essa invenção genial...), todo o tom de amigo do seu amigo, homem poderoso mas acessível... céus, quanta diferença do discurso e pose petulante e orgulhosa do dia em que o PR comunicou ao país que o PSD-PP formaria novo governo!
Mais, tarde, nessa semana e até hoje, santana premiou-nos com as suas insustentáveis gravatas.
- Paulo Portas e o seu ar informal
Este senhor também surpreende sempre. Quer seja pelo seu bronze de solário, pelos seus discursos que aumentaram em prepotência desde que assumiu o cargo de ministro da defesa, ou pelo seu guarda roupa. Desde que tomou parte no governo de Santana, o sr. Portas tem-se esforçado por estar a par do seu colega de governo em tudo o que ele faz, numa clara atitude de cãozinho. Esta, é, na minha opinião, diferente daquele que ele tomava no governo do sr. Barroso, em que se esforçava para mostrar ao país o quão estava à altura do seu cargo, enquanto no exercício do mesmo brincava aos barcos e aos submarinos. Agora, legitimidades provadas, permanência no governo assegurada, o sr. Portas tornou-se mais despreocupado, mais sorridente, e, até, mais informal. Ora vejamos, na semana passada, ao falar do orçamento de estado, apareceu de camisa e blazer, a camisa meio aberta deixando entrever aquele bronze que insiste em manter até estados não naturais, e frases que são verdadeiras pérolas, como "Este orçamento é bom é, para o avô e para o bebé". Enfim. Não vou discursar sobre a despedida do senhor da sua amiga cinha jardim que entra num certo concurso porque prometi a mim mesma, depois da gala de apresentação, e pelos factores que enumerarei a seguir, não voltar a ver esse irritante exemplo de televisão-lixo. Ora aqui está porquê, embora seja óbvio:
a) Júlia Pinheiro versão histérica e vestido-fucsia-merengue, e mais insuportável que nas suas crónicas "Querida Júlia" na Lux
b) Um cenário roubado claramente ao Buereré ou, mais preocupantemente ainda, aos Teletubbies
c) As caganitas de cabra que rolavam alegremente pelo acima mencionado, chocando, por vezes (não duvido) com o vestido merengue da sra. Pinheiro
d) e obviamente, as pessoas que alegrarão os dias de alguns, os participantes do concurso.

Bem, penso que entrei em alguns devaneios, mas o essencial está escrito. Mais apontamentos estéticos para breve, ou não.

2004/10/13

O regresso às aulas, ao contrário do que as megas campanhas publicitárias nos querem fazer acreditar, não é uma coisa boa, nem uma coisa divertida; não pode ser... Qualquer coisa que obrigue um indivíduo a acordar do seu belo óooo antes do meio dia e meia, só pode ser prejudicial e de má fé.
Cada vez me convenço mais de que a única maneira de sobreviver a este ritmo forçado é viver o snooze como um modo de vida, a transversalidade (ai a transversalidade, a transversalidade!) do snooze tem de ser encarada como uma opção de vida e não como um meio de sair da cama. Qualquer pessoa que aguente durante 2 horas de tortura, as músicas irritantes da antena 3 (ou rádio cidade) de 9 em 9 minutos deveria ser dispensado de qualquer trabalho físico ou intelectual durante o resto do dia.

As aulas começaram e os textos neste blog, já há muito abandonado recomeçaram... Não que eu tenha algo de importante para dizer (e essas 3 pessoas que continuam a a visitar diariamente este blog, sabem disso tão bem como eu) mas a ideia de poder chatear alguém agrada-me... A ideia de chatear essa visionária da crítica portuguesa deixa-me em êxtase.

A Kathleen Gomes é um Boi, fez um ano no passado mês de Setembro e fico feliz por saber que as pessoas que nos acompanham ligam tantos a estas coisas como nós. Fico, igualmente, feliz por ter passeado (durante este ano que passou) pelas ruas de Lisboa e Leiria, sem ter sido atingida por um dicionário sinónimos, uns óculos de massa ou na pior das hipóteses um I-book... Afinal, ao contrário dos zunzuns que ouvi... a senhora não anda assim tão chateada!!!
Espera-nos mais um ano... nós aguentamos, e a kati?

2004/10/07

NÃO GOSTO QUE ME VENDAM GATO POR LEBRE

Fui ver o The Village. E ao contrário de algumas pessoas, senti-me bastante defraudada nas minhas expectativas.
Gostei do filme, mas não gostei do filme em relação ao que estava à espera. Ou seja, estava à espera de tudo menos daquilo. Mais uma vez fui enganada por essa difícil arte que é o trailer. Difícil de compreender, difícil de digerir e às vezes difícil de absorver dado o seu minuto e meio frenético, o trailer, do The Village em particular, fala de um filme assustador. Um filme sobre algo que desconhecemos e o medo que isso gera. Um filme sobre criaturas estranhas que atacam uma aldeia (e a "vila", em português, volta a gerar polémica sobre a tradução de títulos de filmes). Só. Imagem mental criada logo a seguir a ver o trailer: pronto, vou ver um filme e borrar-me todo. Já estou a imaginar, três dias sem dormir direito...
Posta esta premissa, lá vamos nós ao cinema.
E o que sai dali? Sai uma reflexao belíssima sobre o amor, a união, o medo numa sua dimensão mais grandiosa, sobre as crenças das pessoas. No fundo, e mais uma vez, a questão nuclear nos filmes de Shyamalan - as crenças das pessoas. O acreditar e não acreditar. Já no Signs o padre perde a fé e volta a ganhá-la, no Sexto Sentido aquilo que acreditamos não é, no Protegido aquilo em que se acredita molda e dá consistência ao argumento. Estes filmes falam de fé, no seu estado mais puro. Fé, rodeada de situações algo rocambolescas que vão beber ao imaginário infantil, da BD, e ao folclore. E que permitem a Shyamalan exercitar o seu inegável talento de construtor de narrativas e de imagens marcantes, neste último filme de maneira fantástica com o uso da cor, os planos muito aproximados, os travellings precisos, o uso de objectos marcantes (a cadeira, por exemplo), a maneira como aproveita os nevoeiros e as demais condições climatéricas, apoiado sempre num leque invejável de actores, que neste filme é absolutamente perfeito. Joaquin Phoenix, Bryce Howard, Adrien Brody, Sigourney Weaver e William Hurt são absolutamente admiráveis.
Mas afinal, porque é que eles não vendem o filme de Shyamalan no trailer, e se ficam por vender uma aventurazeca de colonos na América profunda? Porque, pelo menos na minha opinião, o filme de Shyamalan tem muito mais interesse e venderia muito mais, se o vendessem tal como ele é. ecco.


PS. Pois. Não morremos. Agora quando as aulas começarem é que vai ser...
PS2. Fizemos um ano. Ficámos contentes por ninguém se lembrar, nem nós. Prendinhas para breve.