Este fim de semana tive o prazer de ir ao festival
bluespot, aqui na invicta. Mais uma edição deste festival de música electrónica, a que eu assisti com todo o gosto porque tive a sorte (mesmo!) de ir de graça!
Por isso mesmo, ia preparada para tudo. Na sexta feira cheguei atrasada e assisti aos
trash converters - musiquinha agradavel de dançar - e ao
pedro tudela + miguel carvalhais - menos noise que habitual, e por isso mais simpatico e mais fácil de ouvir.
depois foi o concerto dos
sigue sigue sputnik, e eu nem sabia o que ia ver (eu também não conhecia aqueles moços). o tsb estava "vazio" e as 20 pessoas que eram os fãs hardcore da banda saltavam, loucas, à espera não sabemos de quê. Eles entram, doidos, com perucas coloridas, óculos escuros, frases curtas e eficazes, pose fashion. Caixa de ritmos, guitarra baixo, guitarra. A pose estava toda lá, mas o concerto foi o vale-tudo, e o vale tudo desta vez não foi nada bom. Mas mesmo NADA bom. Umas rockalhadas desconexas, músicas que não se percebem, arranjos electrónicos demais num caldo que resulta pouco feliz, e lá para o fim umas músicas das mais velhinhas, que mostravam o potencial que eles devem ter tido na altura em que se formaram (aquela altura em que eu gatinhava), e que mostravam o potencial que aquele concerto tinha mas que se perdeu logo nos primeiros acordes.
Um dos membros de seguida passa música para as 150 pessoas que por lá se encontram, e nesta sessão dj também vale tudo: misturas de rockalhada 80's com house do pior, beni benassi e white stripes para acordar o pessoal, seguido de mais house do pior... fui-me mesmo embora, ansiosa pelo dia seguinte.
e é oficial: sou fã de
ursula rucker. aquele concerto transcendeu-me! aquela mulher transcende-me! não conhecia nada, mais uma vez (aliás isso aconteceu com todos os artistas excepto com a peaches - ui! acho que isto não abona a meu favor!), e pela primeira vez fiquei assombrada... às vezes gostava de conseguir ser assim mas nunca hei-de, por isso acho melhor continuar a ver passar navios. Mas é bom dizer que esta é uma pessoa fenomenal, com muito para dizer e muito para contar a quem quiser ouvir... gostei dela não ter um ar pretensioso e ultrapassar completamente as expectativas, gostei dela chamar poesia à música dela... mas é daquelas sensações que só quem esteve lá é que percebe... acho eu.
damn, i was feelin it! dizia ela.
seguiu-se
peaches. embora tenha ouvido o último àlbum e tenha achado bem feito, as letras e a atitude dela em geral parecem-me, como bem dizia o Pedro, muito gratuitas. E é isso que ela é, gratuita. Isso não chega a ser mau, porque como performance o concerto excedeu expectativas, com o público em cima do palco a gritar
fuck the pain away, a peaches a cuspir sangue, a atirar-se para o publico que em delírio a carregou, ela a rebolar, a dar cambalhotas, cantar deitada no chão com o microfone, a passar-se com a guitarra, a mudar de roupa pelo menos cinco vezes, a despir-se, a vestir-se...! tudo isto em cima de um mini palco construido em cima do palco... mas de facto o que interessa é o espectáculo, ou a música? porque musicalmente, o concerto foi uma seca. a rockalhada sem sentido "
rock n roll, rock n roll, rock n roll rock n roll rock n roll!" era tão monótona que eu não compreendia como é que 300 pessoas se estavam literalmente a passar, a curtir... era a atitude? mas a atitude não é a música... aliás, essas músicas para mim são mesmo não-músicas. mas o concerto não pode ser reduzido a isso, porque ao lado das músicas que são uma seca as do segundo àlbum são bem feitas, embora as letras redutoras.... peaches é de facto, e foi, um caso difícil de equacionar.
a fechar,
freddy fresh. muito giro!! dançável, bem feito, de bom gosto... foi bom para acabar. às seis e meia fomos todos para casa. chovia e não estava muito frio.
foi ameno, este bluespot. mas acabou bem. mas tal como peaches, também o acho desconexo, difícil de equacionar. vamos ver como é que vai ser para o ano.