2003/11/30

Embora não tenha lido o Y esta semana, e por isso mesmo, não saiba o que escreveu a nossa querida Kati (petit-nom afectuoso para a nossa Kathleen) mais recentemente, os meus anos de leitura das suas crónicas permitiram-me esta semana elaborar uma teoria enquanto atravessava a rua com a cristina.

Caríssimos visitantes:
Sabem concerteza o ódio que nutre esta excelsa senhora pelo cineasta americano Steven Spielberg. . Incapaz de lhe conceder mais do que duas estrelas por filme (exceptuando Minority Report, e AI, quem sabe pelas dúbias presenças de Tom Cruise e Jude Law), esta senhora repudia a obra do americano, sempre condenando a moralidade inerente nos seus filmes, a sua criatividade sempre limitada, os seus finais "à-lá-Spielberg", enfim, considerando o senhor a ovelha negra da sua geração vanguardista que inclui nomes como Coppola, Scorcese, e George Lucas (bem, talvez Lucas seja uma ovelha ainda mais negra aos olhos de Kati).
O que vocês não sabem é dos paralelismos da vida dela com a do Spielberg. O mesmo estigma que percorre a obra de Spielberg percorre a vida de Kathleen. A personagem sempre recorrente na obra de Spielberg, esse herói sem pai, desamparado, que reflecte a infância do mesmo Spielberg, cujo pai abandonou a família quando ele era ainda criança, toca no mais íntimo de Kati. E porquê? Filha de uma família de intelectuais de esquerda que odiavam (odeiam) o império americano e todos os seus filhos, bem como a máquina gananciosa de Hollywood, proibiram a jovem Kathleen de ver o ET até ela atingir a maioridade, que nessa altura era aos 21 anos, e mesmo assim teve de o fazer escondida no armário do quarto, e suportar, até esse dia chegar, o gozo de todos os seus colegas da escola (todos sabemos o quão cruéis podem ser as crianças) , tornando-se a rejeitada da escola oficial.
A nossa querida Kati, ao ver qualquer manifestação da obra de Spielberg, qualquer exorcismo do fantasma pessoal de Spielberg, da sua infância, lembra-se da sua própria infância, o que a leva a confrontar-se com ela, com os seus dilemas e fantasmas, que ela própria ainda não curou, e por isso se exprime com raiva e ódio contra esse senhor.
E isto, meus caros, molda a personalidade de uma pessoa.
Isto faz com que Kati a partir daí odeie e se manifeste sempre contra todo o cinema americano, dando sempre no máximo a classificação de duas estrelas a qualquer obra cinematográfica do sub-continente com dois séculos de história.

Isto revolta-me porque, à semelhança do que diz a Cristina, também eu penso que a função do cinema é divertir, entreter e sobretudo, não sairmos de lá a pensar "como é que eu fui gastar 3.50€ nesta merda deste filme" como já aconteceu algumas vezes (embora desde o Mulholland Drive eu tenha mais cuidado a escolher os filmes que vou ver). Críticas ao dito filme à parte, porque agora não vou perder tempo a analisá-lo. Tenho apenas uma coisa a dizer: ver aquele filme muito drogado deve ser uma experiência no mínimo divertida. Tenho de experimentar um dia destes.

2003/11/25

"Para mudar o mundo não basta falar, é preciso agir."
Não sei porquê, mas tenho um pressentimento que o senhor G.Bush também lê a agenda jovem....

"Um homem sem objectivo é como um barco sem leme"
... e o Ferro Rodrigues

"A maior felicidade da vida é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos"
.... e o Zé Castelo Branco

"Queres dar um presente a Deus? Dá-te aos outros!"
....a as meninas de Bragança.

"Se não conseguires brilhar pelo talento, triunfa pelo esforço"
... e o Filipe La Féria
Se as personalidades portuguesas podem ter fetiches (ver última página do Y, suplemento de música e cinema do Público) também eu posso ter.
O meu fetiche é em Leiria. Terrinha no centro litoral do país,( assim como quem vai para Coimbra ou Fátima) que lá para os lados da praça Rodrigues Lobo tem uma loja chamada Gráfica.
Para os leirienses (e principalmente para os que me conhecem) nem é preciso dizer nada... para os outros, a gráfica é uma loja que vende de artigos religiosos, pagelas, santos, todo o tipo de livros de moral, catequese, filosofias de vida, relexões do papa, postais de orações, de parabéns, de frases inspiradoras (?), todos, obviamaente, acompanhados por belas imagens com o pôr-do-sol, de flores, com famílias felizes. Acho que já podem ter uma ideia...
Faz agora mais ou menos um ano, que comprei lá a minha agenda dos "Missionários do Verbo Divino", até me vêm as lágrimas aos olhos quando leio frases como: "Quem espera a felicidade trazida pelos outros será semre um infeliz" ou ainda "Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer" isto, meus amigos, são PÉROLAS... de sabedoria, inspiração, confiança...
E para todos os que se sentem desanimados com a vida, que procuram força, alento e um caminho a seguir, aqui vos deixo a frase desta semana: "Tudo quanto encontramos no nosso caminho é feito para nos permitir amar cada vez mais", sinceramente, não sei muito bem o que isto quererá dizer, mas lá que é bonito, é...

2003/11/18

MANIFESTO ANTI-DALI

BASTA PUM BASTA
Uma geração, que consente deixar-se representar por um Dali é uma geração que nunca o foi! É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!
Abaixo a geração!
Morra o Dali, morra! - PIM!
Uma geração com um Dali a cavalo é um burro impotente!
Uma geração com um Dali à prôa é uma canoa em seco!
O Dali é um cigano!
O Dali é meio cigano!
O Dali saberá gramática, saberá syntase, saberá medicina, saberá fazer ceias para cardeais, saberá tudo menos pintar que é a única coisa que ele faz!
O Dali pesca tanto de pintura que até faz relógios a escorrer!
O Dali é habilidoso!
O Dali veste-se mal!
O Dali usa ceroulas de malha!
O Dali especula e inócula os concubinos!
O Dali é Dali!
O Dali é Salvador!
Morra o Dali, morra! - PIM!
E o Dali tem cláque! E o Dali tem palmas! E o Dali agradeceu!
O Dali é um ciganão!
Não é preciso ir para Barcelona p'ra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!
Não é preciso disfarçar-se p'ra se ser salteador, basta pintar como o Dali! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões! Basta usar o tal bigodinho, basta ser muito delicado, e usar côco e olhos meigos! Basta ser Judas! Basta ser Dali!
Morra o Dali, morra! - PIM!
O Dali nasceu para provar que nem todos os que pintam sabem pintar!
O Dali é um autómato que deita p'ra fóra o que a gente já sabe que vai sair... mas é preciso deitar dinheiro!
O Dali é uma pintura d'elle-próprio!
O Dali em génio nem chega a pólvora seca e em talento é pim-pam-pum!
O Dali nú é horroroso!
O Dali cheira mal da boca!
Morra o Dali, morra! - PIM!
O Dali é o escárneo da consciência! Se o Dali é espanhol eu quero ser português!
O Dali é a vergonha da modernidade espanhola! O Dali é a meta da decadência visual!
E ainda há quem não córe quando diz admirar o Dali!
E ainda há quem lhe estenda a mão!
E quem lhe lave os pincéis!
E quem tem livros do Dali!
E ainda há quem duvide de que o Dali não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!
Morra o Dali, morra! - PIM!
Morra o Dali! Morra! - PIM!

Fiz uma descobri recentemente que a Marisa Cruz, afinal, não é loura, não tem olhos azuis e que as mamas dela são apenas resultado de uns anitos de poupança e de um cirurgião amigo... E isso, meus caros, faz-me questionar, se eu tivesse um rabo comprido, se tivesse um focinho e se cagasse no meio da rua... será que alguém ia pensar que eu era um cão???

2003/11/13

Amanhã, festa de arquitectura na FAUP (universidade do Porto), por isso, todos os que quiserem encontrar as autoras deste blog (que sou eu e a Vera) e aproveitar para uma tertúlia de mal dizer sobre a nossa Kathleen Gomes, apareçam... E para aqueles que não nos conhecem, não sei... mas se nos encontraram no mundo da blogosfera, não deve ser difícil encontrarem-nos em arquitectura.Uma dica, não temos óculos de massa em roupas da carhartt.

2003/11/11

[ Gansos 1 ]

[ Gansos 2 ]


uma cena idílica campestre?... não... é mesmo a nossa FBAUP.
(precisava de descarregar depois do longuíssimo post anterior...)

XIS, esse flagelo da sociedade humana (portuguesa em particular)

Já há quase um mês que estou para escrever este post, mas tenho de admitir que, às vezes, a vontade de escrever sobre coisas desagradáveis não é das maiores.. e então sobre ESTE assunto, custa-me particularmente! Mas há coisas que têm de ser feitas. MESMO. Por isso, aqui vai - Diogo, este post, como prometido, é para ti.
Esta revista, chamada XIS, é para mim um caso complicado de entender no panorama jornalístico português, um sapo bem difícil de engolir. Como é que uma revista que, semana após semana, não diz absolutamente nada, gastando imenso papel (que nem sequer é reciclado) e matando àrvores para gastar folhas inteiras com imagens pindéricas e muito pouco texto em corpo muito grande, tem o sucesso que tem, passa do Correio da Manhã para o Público, tem uma colecção de livros publicada, tem um contrato que nunca mais acaba com a Oficina do Livro (essa editora que aposta no fluorescente como forma de venda, para infelicidade de nós todos), e tem uma legião de seguidores(as) avassaladora (distribuída maioritariamente por mulheres trintonas de classe média e pela comunidade gay)?
E agora vocês dizem: Vera, não sejas má, é uma revista que fala dos temas que a todos preocupam, até o Daniel Sampaio lá escreve, como é que pode ser má? Leva-nos apenas a pensar...
E eu digo: NÃO! Ao longo das suas não-sei-quantas páginas, a única que prestava era a da receita, e essa DESAPARECEU!
Ora vamos lá analisar um número recente para admirarmos o carácter preocupantemente inócuo desta revista. Vou tentar ser imparcial.

XIS - 8 Nov 2003, nº231.
Tema: ser gordo
Capa: imagem pirosa de arquivo, a tender para o cómico e o mau gosto (à lá Oficina do Livro).
Subtemas: julgar os outros, deixar de fumar, e aqueles desinteressantes retratos semanais de personalidades, desta feita Hedy Lamarr. (Ao menos esta semana não estava incluído nos subtemas a crónica do Daniel Sampaio, que ao aparecer na capa mostra de maneira preocupante o nada de conteúdo que enche as outras páginas).
Editorial: Laurinda Alves. Só o nome desta mulher me enche de arrepios. A sua fotografia, o seu ar sereno com a vida, sabedora, aquela maneira zen de olhar para os assuntos - inteligente mas acessível, humana mas omnisciente - dão-me vontade de lhe bater. Adiante. Três textos organizados de maneira deficiente, falando da opinião da senhora sobre associações de voluntariado e Agustina Bessa-Luís. Transcrevo este excerto que me levou ás lágrimas: "Os livros de Agustina são inspirados e inspiradores. Sempre que leio um livro escrito por ela acontece o que me acontece com os de Yourcenar ou de Brodsky(...), nada me distrai das suas palavras escritas. Até na praia leio Agustina(...)." Alguém me explique como é que uma revista cujo target são aquelas mulheres de que falei mais acima tem uma mulher que escreve sobre Yourcenar e Brodsky no editorial. Elas devem adorá-la como uma deusa, visto que não entendem metade do que ela escreve!
Correio dos leitores: Sem comentários a esta geração de pessoal fascinado pela Laurinda Alves. Espero que o pessoal da minha geração ultrapasse isto.
Crónica da Faíza Hayat: Mais um exemplo de literatura pastiche mal-adaptada ao target. Desconfio que o pessoal desta revista é uma data de escritores frustrados que não conseguiu vingar.
Tentando fazer um comentário mais adequado: não percebo puto desta tela de referências à nostalgia infantil em África com laivos de romantismo europeu oitocentista depurados com a ideologia zen da passagem do milénio - uma perda de tempo, portanto.
Estar bem, dossier Obesidade: Começa o dsperdício de papel. Uma imagem horrível de banco de imagens desperdiça duas páginas (que dinheiro semanal fantástico deve ganhar a Getty Images com esta revista!), com um textinho introdutório, daqueles escritos em cinco minutos que não dizem nada.
Agora, acreditem ou não, eu LI MESMO os artigos. E, acreditem, eles não dizem absolutamente NADA! É um desespero porque chego ao fim do artigo angustiada com a falta de conteúdo desta revista... e isto segue-se nos artigos seguintes, na entrevista a um homem ex-obeso... Espreme-se, espreme-se... mas não sai sumo nenhum!
Coluna: Alma e Coração: A coluna desta psicóloga que felizmente veio substituir esse homem desenquadrado da vida que é Eduardo Sá continua com os mesmos problemas. Perguntas idiotas com respostas muito idiotas do tipo Correio Semanal Maria vs. Correio Mensal Ragazza. E o que é pior é que eu desconfio que aquilo continua a ser inventado pela redacção, porque ninguém tem aquelas dúvidas. Reparem nas iniciais por baixo das cartas! Aquilo não existe.
Secção Moda: Mais desperdício de papel. Imagens enormes, textos que não dizem nada, comentários que não se entendem...
Secção Beleza: Artigo sobre o cancro da mama... uma chacha a que já nos habituaram, todos os anos, por esta altura, a prevenir, etc. Seguem-se duas páginas de maquilhagem, com preços, mais desperdício de papel, continuam as imagens de arquivo, bem grandes para encher bem o espaço, e mais textos em corpo 24 que não dizem nada de nada: "o novo colorido gira à volta dos olhos com sombras que combinam cores audaciosas" é um bom exemplo de frase cara para não dizer nada.
Secção Saúde: Continuam as imagens bem grandes sem conteúdos. A mini coluna microdose, cempre presente, continua a dar informações que, semana após semana não se percebem se são positivas se negativas, para que servem, etc. Mais dois artigos vagos sobre primeiros socorros, deixar de fumar, sempre duas páginas no máximo, pouco detalhados, instantâneos.
Coluna: Outra Porta: A astrologia marca presença pela mão desta astróloga zen que escreve aquelas chachadas do costume, que para alguém devem fazer sentido, mas eu, depois de 40 páginas de análise, naquelas letras já só consigo ler blá-blá-blá..., com subtítulos esclarecedores como "Tudo incide sobre tudo".
Secção "Para Fazer": Mais duas páginas desperdiçadas com outra imagem enorme. As páginas seguintes dão sugestões tão boas como outras quaisquer. Enfim, mais uma dose de nada...
Tudo isto culmina numa biografia duma pessoa qualquer que nasceu na data em que sai a revista, desta feita Hedy Lamarr, sempre com citações desinteressantes, desta feita (e deve ser o único artigo longo desta revista) um resumo de uma biografia qualquer que está publicada ou a publicar brevemente, feito por uma diligente jornalista que se dedica a ler biografias de personalidades e a exercer aquele hábito que convém nunca perder depois da faculdade, o de fazer fichas de leitura! Mais uma imagem enorme a desperdiçar uma página.
E depois, a cereja no topo do bolo, essa crónica pela qual Laurinda Alves deve ter lutado anos sem fim - a presença de Daniel Sampaio na revista. Este alonga-se em relatos de apreensão fácil, num estilo António Lobo Antunes acessível, sem aprofundar, caindo na futilidade que realmente caracteriza esta revista do princípio ao fim, e que me exaspera profundamente.

Não há esperança para tal desperdício de tempo, palavras, imagens, tinta, esforço. Não há pachorra. E, sobretudo, não há quem os ature.
Morte à XIS!
A IMPOSSIBILIDADE SOCRATIANA

Hoje fiquei chocadíssima. Estava eu calmamente a almoçar com a Cristina, a Silvana e o Ni quando as duas primeiras exclamaram, virtualmente ao mesmo tempo, que se o José Sócrates fosse secretário geral do PS, votariam calmamente nele! Ao que se seguiu a frase inspirada da Cristina: "O Sócrates é o George Clooney português!"
E eu, perplexa, comecei a visualizar a capa da Vanity Fair de Outubro, com George Clooney no seu iate, bronzeado, a apanhar sol no sul de Itália, e tentei substituir esse galã do cinema pelo José Sócrates... e a imagem foi pouco favorecedora! Sócrates, branco, esquálido, com o seu pneuzinho - ao que a Cristina bradava, Ele não é gordo! -, os seus pêlos inestéticos... enfim, uma imagem que me causou alguma repulsa. Mas elas não desistiam, dizendo que este era o único homem bonito na política portuguesa em geral, no PS em particular, se ele fosse secretário geral que o PS voltaria à mó de cima, teria a maioria dos votos...
De facto apanhou-me muito de surpresa. Então não é que o mulherio português suspira por este homem de cabelo grisalho, solteiro, sensato e aparentemente bom rapaz (...pois!), ansiando para que ele lidere as andanças políticas deste país á beira mar plantado? E eu, na minha ingenuidade e ignorância, jamais me tinha apercebido deste facto? De facto, devo afirmar que ter um primeiro ministro ou um líder da oposição bonito era bom para a imagem externa de Portugal, quiçá estimularia o investimento, potenciaria o turismo, enfim, sendo que atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher...
O que me levanta duas questões; a primeira: para quando uma análise política (portuguesa, europeia, mundial) baseada em transacções hormonais? Será esse poder do género assim tão forte que potencie alterações políticas e sociais grandes? O mulherio poderá, por empatia hormonal, esquecer as ideias de um político e meramente com fé nas suas emoções votar nele? A segunda: COMO é que um homem como o Sócrates tem o poder de fascinar? COMO? Essa semelhança de charme, equiparada, ao que parece, a um Miguel Sousa Tavares, escapa-me por completo... fico em choque! Mas e daí, eu também não gosto do Miguel Sousa Tavares... será porque eles passaram a barreira dos 40? É que têm idade para ser meus pais! Ou então sou eu que sou muito nova! Enfim...

2003/11/09

De um dia para o outro, todos nós nos tornámos conhecedores, sabemos tudo, ou pelo menos temos a presunção que temos conhecimento em todas as áreas, cinema, fotografia, música, design, etc.
De um dia para o outro, somos todos críticos, cineastas, escritores, temos uma opinião formada sobre tudo e sabemos sempre o que dizemos (??).
De um dia para o outro, dou por mim a sair do cinema e a ouvir comentários do género "excelente fotografia"
Ainda bem que nós sabemos tanto e temos tantos conhecimentos...
Já imaginaram o que seria sair do cinema e ouvir "gostei" ou "não gostei. E agora onde é que vamos beber café?"
Uma chatice...
Ainda bem que toda a gente tem um conhecimento profundo sobre fotografia, e melhor ainda sobre cinema...
Ainda bem para eles, porque eu não sei nada!!!
Mais uma vez, numa vulgar conversa com a Vera, acho que estávamos a falar do Inverno, ou de roupa de Inverno (a minha memória de 3 minutos não me permite precisar o tópico exacto), quando eu falei da Termo Tebe e a Vera na sua perfeita inocência e ingenuidade (típica dos 19 anos) disse: "termo tebe, o que é isso?" ... TERMO TEBE, O QUE É ISSO??? Porra, diacho, chiça, caraças, fosga-se... a expressão "eu tenho uma e meu pai também" já não quer dizer nada a esta nova geração... Só podemos estar a atravessar uma crise de valores! E eu nem sequer sou um velho do Restelo, claro que tenho os meus momentos saudosistas quando vejo o VH1 ou quando dou por mim a cantarolar o genérico do Verão Azul, mas longe de mim considerar esta geração de rasca ou burra...
Mas não conhecer a termo tebe??
Acho que não há nada a fazer, senão aceitar estas pobres criancinhas que sobreviveram sem meias lassie, sem termo tebes, sem verão azul... e acolhê-las no nosso regaço (porra acho que eu é que estou a ficar senil, "regaço"????)

E para todos os que pensam que a termo tebe é um novo vírus informático ou uma especialidade macrobiótica, termo tebe é simplesmente, uma camisola interior (responsável por milhares de bolinhas de cotão nos nossos umbigos de criança) e eu tenho uma e o meu pai também era o slogan do anúncio...

Caríssimos bloguistas... aproveitem bem, porque isto são pérolas de conhecimento!!!

Eu sei... uma semana inteira sem um post actualizado...
Eu sei... que toda a blogoesfera está ansiosa por um comentáriozinho, uma palavrita que seja....
Eu sei...
mas, infelizmente... NÃO TENHO TEMPO! É uma merda, mas não tenho...
mas a partir de hoje tudo vai ser diferente...
vou actualizar todos os dias o blog,
vou ler todos os livros técnicos que tenho acumulados na mesinha de cabeçeira...
vou fazer dieta..
vou acabar os miseráveis...
vou fazer todos os trabalhos para a faculadade e não vou deixar para o último dia
vou deixar de fazer directas...
vou deixar de tomar fludeten (droga similar ao gurosan) para trabalhar...
vou ler a guerra e paz...
vou deixar de pedir dinheiro aos meus pais...
vou deixar de carregar 15 vezes no snooze...
vou deixar de chegar atrasada ás aulas...
e, principalmente...
vou deixar de mentir!!!!

2003/11/03

Começou este fim de semana em Leiria um novo ciclo de cinema independente.
Uma iniciativa posta em prática por dois jovens leirienses que aproveitam para dar a conhecer ao grande público, num ambiente intimista e para lá da linha do comboio, as grandes esperanças portuguesas.
Sábado foi o dia da "premiére". A Kathleen Gomes não viu o filme, mas ouviu dizer... e quem tem boca, vai a Roma! Aqui está, o comentário possível...

Pelo o que ouvi, acho que o filme foi pura emoção desde o primeiro minuto até ao último, com um argumento consistente mas sem grandes novidades, todo o filme foi centrado na actriz feminina, que apesar dos nervos e das expectativas altas não teve receio de se despir de preconceitos e dar o corpo ao manifesto. O actor com quem ela contracenou, não ficou atrás e agarrou com unhas e dentes o projecto, o que causou grande surpresa a todos os que esperavam uma simples actuação...
O desempenho da dupla foi acima da média e surpreendeu tudo e todos, acabando, desta maneira, com a expressão "muita parra, para pouca uva" geralmente associada ao actor.
Infelizmente, veio-se a confirmar os rumores sobre as divergências entre a equipa técnica e os actores... E o filme mostra claramente isso, a quantidade de discrepâncias e falhas no argumento é abismal... o público sai com a sensação de que há muito mais para ver e muito mais para se contar, as falhas lógico-temporais acabam por deitar a perder a actuação dos jovens proeminentes actores.
Outro aspecto negativo foi a pouca publicidade feita ao evento, foram muito poucos os que aderiram à iniciativa e principalmente porque... ninguém sabia de nada!
Mas, Leiria sabe esperar e vai, de certeza, aguardar pelas próximas exibições e não vai perder os bons valores do panorama actual português, que estão aí... para dar e para vender!!


A Kathleen Gomes dá **** (4 estrelitas)